quarta-feira, 6 de julho de 2011

Operação Oscar é sucesso: guri dá vitória ao Inter sobre o Furacão


Meia sai às pressas da Seleção Brasileira sub-20, faz o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-PR e vira vice-artilheiro do Brasileirão
Valeu a pena sair correndo da Seleção sub-20, pegar um avião às pressas, chegar à concentração do Inter na hora de ir dormir. Valeu a pena fazer a Operação Oscar. Promessa de colocar pedras abaixo de pedras nos muros defensivos dos adversários, o jogador de 19 anos foi o salvador da pátria colorada em uma noite de congelar calcanhares no Beira-Rio. O Atlético-PR foi mais sólido do que vinha sendo, deu sinais de recuperação, avisou que sair da lanterna está longe de ser impossível, mas sofreu com um chute do guri no segundo tempo. A vitória de 1 a 0, na noite desta quarta-feira, coloca o Inter na briga por vaga na Libertadores. E eleva Oscar à vice-artilharia do Brasileirão, com cinco gols.

 
O Inter foi superior ao Atlético-PR durante todo o jogo. Poderia ter largado na frente no primeiro tempo. Mas ficou para a etapa final, em grande jogada de Leandro Damião, com inversão de papéis. Ele cruzou, Oscar fez. O resultado colocou o time gaúcho momentaneamente na terceira colocação, com 15 pontos – fechará a quarta-feira assim. O Furacão segue afundado na lanterna. Tem apenas um ponto em oito rodadas.
Os gaúchos voltam a campo no sábado. Às 18h30m, visitam o Vasco em São Januário. O Atlético-PR, na mesma noite, faz o jogo da angústia contra o Avaí – na Arena da Baixada, às 21h.
 

Entre carências e sobras, 0 a 0 no primeiro tempo
Faltou um pouco de D'Alessandro, suspenso, outro tanto de Zé Roberto, que resolveu errar aquilo que não tinha errado em todo o campeonato, e também um bocado de sorte para o Inter. E sobraram meio-campistas e disposição defensiva para o Atlético-PR. O resultado da equação, em um Beira-Rio transformado em iceberg, com um frio quase desumano, foi o empate por 0 a 0 no primeiro tempo.
O Inter justificou a disparidade na tabela de classificação e foi superior ao adversário. Mas sempre faltou alguma coisa – porque, na prática, sempre vai faltar alguma coisa quando D'Alessandro não estiver em campo. Oscar foi bem pela direita, colocou correria por lá, envolveu a zaga adversária, mas a jogada morreu repetidas vezes em Zé Roberto. Do outro lado, Fabrício não conseguiu formar a dobradinha que Falcão desejava com Kleber. E o Atlético-PR, com cinco homens aglomerados no meio, teve lá sua competência para abafar a criatividade dos gaúchos.
Os colorados, talvez por causa do frio, demoraram a engrenar. Quando conseguiram, colecionaram chances. E broncas. O primeiro tempo terminou com os jogadores do Inter querendo enterrar o árbitro Paulo César de Oliveira no gramado do Beira-Rio, de cabeça para baixo, e sem cobertor, por causa de um gol mal anulado de Bolívar. Ele viu falta duvidosa de Zé Roberto no goleiro em cruzamento para a área. Antes, a torcida já havia pedido pênalti sobre Oscar – desta vez, inexistente.
Mas o gol do time da casa poderia ter saído, com ou sem falha de arbitragem. Zé Roberto quase fez em chute cruzado da direita. Oscar teve duas conclusões, ambas para fora. Leandro Damião acertou a trave, após desvio decisivo do goleiro Renan Rocha.
O Furacão foi mais discreto. Com Paulo Baier como principal armador, os paranaenses arriscaram especialmente em lançamentos para a área. Em um deles, Manoel cabeceou, e Muriel defendeu; em outro, Edigar dividiu com o goleiro colorado, e a zaga apareceu na hora certa para cortar.
Quando o matador arma e o armador mata...
Foi do alto que o Inter tirou esperanças de gol na largada do segundo tempo. Os zagueiros foram acionados. O primeiro foi Índio. Na segunda trave, ele cabeceou com força, para o chão, e Renan fez defesa muito difícil. No rebote, o zagueiro mandou o chute, e o goleiro pegou de novo. Depois, foi a vez de Bolívar, mas o cabeceio foi por cima.
O Atlético-PR teve calma. Conseguiu trocar passes pelo meio, botar o Inter para correr, matar tempo. Falcão precisou agir: Ricardo Goulart no lugar de Fabrício. Leandro Niehues reagiu com Branquinho na vaga de Kleberson.
O Inter manteve a insistência. Martelou. Incomodou. E fez. Fez com Oscar, sempre Oscar, decisivo na precocidade de seus 19 anos. Leandro Damião avançou pela esquerda e cruzou. A bola atravessou a área e foi ao encontro do meia, que bateu de primeira, colocado e forte ao mesmo tempo, para dar a vitória ao Inter.
As entradas de Nieto e Adaílton foram a tentativa final de empate dos visitantes. Em vão. A Operação Oscar tinha sucesso garantido.
 

INTERNACIONAL 1 X 0 ATLÉTICO-PR
Muriel; Nei, Bolívar, Índio e Kleber; Bolatti, Guiñazu, Fabrício (Ricardo Goulart) e Oscar (Glaydson); Zé Roberto (Gilberto) e Leandro Damião.Renan Rocha; Wendel, Manoel, Fabrício e Marcelo Oliveira; Deivid, Cleber Santana (Nieto), Kleberson (Branquinho), Paulo Baier e Madson; Edigar Junio (Adaílton).
T: Paulo Roberto FalcãoT: Leandro Niehues
Local: Beira-Rio, em Porto Alegre (RS). Data: 06/07/2011. Árbitro: Paulo César Oliveira (SP). Auxiliares: Carlos Berkenbrock (SC) e Vicente Romano Neto (SP).
Gol: Oscar, aos 29 minutos do segundo tempo;
Cartões amarelos: Kleberson, Cleber Santana, Manoel (Atlético-PR); Bolatti (Inter).
Público: 12.094. Renda: R$ 130.470,00.